A retenção de usuários é uma métrica essencial para entender por que seus clientes estão abandonando o produto.
Embora adquirir novos usuários seja importante, reter os existentes é mais econômico e benéfico para o crescimento a longo prazo.
É aqui que entra a análise de retenção.

Neste artigo, vamos explorar o que é a análise de retenção, por que ela é importante para o seu negócio e apresentar um processo em 9 etapas para conduzi-la de forma eficaz.

O que é Análise de Retenção?

A análise de retenção é o processo de avaliar o engajamento dos usuários ao longo do tempo para determinar por quanto tempo eles continuam interagindo com seu produto ou serviço.
Essa análise ajuda a identificar padrões e fatores que influenciam a lealdade ou o abandono, oferecendo insights essenciais para desenvolver estratégias que melhorem as taxas de retenção.

Como Funciona a Análise de Retenção de Clientes

A análise de retenção de clientes busca entender os comportamentos e características dos usuários que continuam engajados com o produto em comparação com aqueles que o abandonam.
Ela também ajuda a identificar em que ponto da jornada do cliente ocorre o maior risco de churn.

Ao segmentar usuários em coortes — grupos com características ou comportamentos semelhantes — é possível acompanhar e comparar o engajamento ao longo do tempo.

Embora relacionadas, análise de coorte e análise de retenção por coorte têm propósitos diferentes:

  • A análise de coorte agrupa usuários com base em características compartilhadas dentro de um período definido, permitindo identificar padrões de engajamento, conversão e comportamento.
  • Já a análise de retenção por coorte foca especificamente em medir a porcentagem de usuários que permanecem ativos ao longo do tempo, dentro de cada grupo

Quais São os Benefícios da Análise de Retenção?

A análise de retenção oferece insights poderosos que impulsionam o crescimento e melhoram o engajamento com os clientes.

1. Reduz o Churn de Clientes

Ao analisar quando e por que os clientes deixam de usar um produto, as empresas podem identificar e corrigir as causas raízes do churn.
Isso permite ajustes precisos em recursos, preços ou suporte ao cliente para reter usuários de forma mais eficaz.

2. Aumenta o Valor do Ciclo de Vida do Cliente (CLV)

A análise de retenção ajuda a identificar e nutrir clientes de alto valor.
Ao reter usuários fiéis por mais tempo, a empresa maximiza o CLV, o que se traduz em aumento de receita no longo prazo.

3. Melhora o Engajamento dos Usuários

Compreender como e quando os clientes interagem com seu produto permite projetar experiências personalizadas que estimulam o engajamento.
Por exemplo, uma análise de retenção por coorte pode revelar quais recursos mais satisfazem os usuários, ajudando a priorizar melhorias.

4. Otimiza as Estratégias de Marketing

Os dados de retenção permitem avaliar a eficiência dos canais de aquisição.
Com isso, é possível identificar quais canais atraem clientes mais fiéis e redirecionar o orçamento de marketing para os que geram melhor retorno.

5. Apoia o Desenvolvimento de Produto

Os insights de retenção destacam o que funciona e o que precisa de melhorias.
Ao acompanhar coortes comportamentais, é possível detectar recursos com baixo desempenho ou problemas no onboarding, orientando decisões baseadas em dados para aprimorar a experiência do usuário.

6. Fortalece a Vantagem Competitiva

Empresas que realizam análises de retenção ficam um passo à frente da concorrência, pois conseguem antecipar riscos de churn, ajustar ofertas e construir relacionamentos mais fortes.
Um foco sólido em retenção garante satisfação consistente e fortalece a reputação da marca.

Em resumo, a análise de retenção permite decisões estratégicas que beneficiam tanto o cliente quanto o negócio.

9 Passos para Realizar uma Análise de Retenção

Não existe um método único para análise de retenção cada aplicativo e público tem suas particularidades.
Veja abaixo as etapas fundamentais para conduzir uma análise eficaz:

1. Defina Usuários Ativos e Inativos

Antes de começar a medir, é fundamental definir claramente o que é um usuário ativo ou inativo.
Diferentes tipos de aplicativos podem adotar critérios distintos:

  • Usuário ativo: pode ser quem apenas abre o app, ou quem realiza uma ação específica, como uma compra ou publicação.
  • Usuário inativo: quem não interage com o app por um período determinado, como uma semana ou um mês.

Essas definições devem estar alinhadas aos objetivos do negócio e aos KPIs, garantindo medições consistentes.

2. Defina Metas de Retenção e as Métricas Certas

Comece alinhando as metas de retenção ao seu modelo de negócio.
Por exemplo:

  • Taxa de Retenção de Clientes (CRR): porcentagem de clientes retidos em um período.
  • Retenção de Receita: usada em SaaS — inclui Retenção Bruta de Receita (GRR) e Retenção Líquida de Receita (NRR).
  • Retenção por Recurso: frequência com que os usuários interagem com funções específicas.
  • Retenção por Tempo: métricas de Dia 1, Dia 7 e Dia 30, que ajudam a avaliar a fidelidade a longo prazo.

Dica: Crie uma matriz de métricas de retenção para garantir que todas as equipes (produto, growth, marketing) estejam acompanhando os KPIs que realmente importam.

Como Calcular a Taxa de Retenção

  1. Selecione um Período de Tempo: diário, semanal ou mensal, conforme o uso do seu app.
  2. Identifique o Número Inicial de Usuários: quantos começaram a usar o app no início do período.
  3. Conte os Usuários Retornantes: quantos desses usuários voltaram dentro do intervalo escolhido.

A fórmula é:

Taxa de Retenção (%) = (Usuários Retornantes ÷ Usuários Iniciais) × 100

3. Segmente Usuários com Análises de Coorte e Comportamentais

Divida os usuários em coortes com base em data de cadastro, comportamento de compra ou ações dentro do app. Isso permite:

  • Ver como a retenção evolui ao longo do tempo
  • Comparar a eficácia de diferentes estratégias de onboarding
  • Identificar pontos de abandono em estágios específicos do ciclo de vida (ex.: novos x clientes fiéis)

Leve a análise adiante com segmentação comportamental, criando grupos como:

  • Usuários avançados vs. ocasionais
  • Usuários que utilizaram um recurso em até 24 horas vs. os que não usaram
  • Coortes demográficas ou geográficas

Exemplo: um app de fintech pode descobrir que usuários que completam a verificação KYC em até 48 horas têm o dobro da taxa de retenção em 30 dias.

4. Descubra os Fatores de Retenção com Análises de Funil e Correlação

Entender o que faz os usuários permanecerem ativos é essencial. Utilize ferramentas e técnicas de dados para:

  • Analisar quedas no funil: em que ponto da jornada os usuários desistem?
  • Executar análises de correlação: quais comportamentos (ex.: indicações, uso de recursos) têm forte relação com a retenção de longo prazo?
  • Visualizar padrões: use mapas de jornada, heatmaps e fluxos de comportamento para ilustrar os insights.

Dica: Plataformas como CleverTap ajudam a visualizar esses caminhos e identificar tendências de forma intuitiva.

5. Preveja e Previna o Churn com Modelagem de Retenção

Passe de uma abordagem reativa para proativa ao construir modelos de previsão de churn.

  • Utilize técnicas de machine learning, como regressão logística ou árvores de decisão.
  • Identifique sinais de alerta precoce, como picos de inatividade, desinstalações ou queda no engajamento.
  • Atribua pontuações de risco de churn e dispare campanhas preventivas.

Dica: Combine a previsão de churn com o score de valor do ciclo de vida (CLV) para priorizar os usuários mais valiosos.

6. Realize Experimentos para Melhorar a Retenção

Nenhuma análise de retenção está completa sem testes e experimentação contínua.

  • Faça testes A/B com fluxos de onboarding, horários de push, ofertas de fidelidade e campanhas de reativação.
  • Use grupos de controle (holdouts) para medir o impacto incremental na retenção.
  • Vincule os resultados aos seus KPIs de retenção.

Exemplo: teste se adicionar uma barra de progresso no onboarding aumenta a retenção no Dia 7.

7. Crie Dashboards em Tempo Real para Monitoramento Contínuo

Monte painéis de retenção em tempo real, acessíveis para todas as equipes.

  • Segmente por canal de aquisição, versão do produto ou campanha.
  • Configure alertas automáticos para quedas súbitas em coortes importantes.
  • Compare versões do produto e testes A/B para ver como novas atualizações afetam a “aderência” dos usuários.

Esses dashboards tornam a retenção um indicador vivo dentro da rotina da empresa.

8. Incorpore Feedback Qualitativo para Adicionar Contexto

Os dados quantitativos mostram o que aconteceu, mas apenas os dados qualitativos explicam por quê.

  • Reúna insights de pesquisas NPS, entrevistas com clientes e enquetes de churn.
  • Classifique e categorize o feedback para encontrar padrões — como onboarding confuso, UX difícil ou recursos ausentes.

Dica: alinhe esses insights qualitativos com as análises de coorte para criar estratégias de retenção mais humanas e centradas no usuário.

9. Transforme Insights em Campanhas de Ciclo de Vida

A análise de retenção deve sempre gerar ações práticas.

  • Use os resultados para criar campanhas personalizadas de ciclo de vida, como:
    • Nudges de onboarding
    • Ofertas de reconquista (win-back)
    • Recompensas de fidelidade
  • Mapeie as campanhas para cada estágio da jornada do usuário com ferramentas como CleverTap Journeys.

As estratégias baseadas em dados ajudam a adaptar a comunicação de acordo com a fase do ciclo de vida de cada usuário.

Análise de Retenção com CleverTap

A análise de retenção é essencial para o crescimento e fidelização de usuários — mas ela é apenas o começo.
Depender exclusivamente de dados passados não basta.
Com ferramentas avançadas de dados, como a CleverTap, é possível agir de forma proativa para reduzir o churn. Veja como:

O que é um Relatório de Retenção?

Um relatório de retenção agrupa visualmente os usuários com base em quando completaram uma ação pela primeira vez (como abrir o app) e quando retornaram.
Ele ajuda profissionais de marketing a acompanhar tendências de retenção e identificar em que momento novos usuários têm maior probabilidade de desistir.

Esse tipo de gráfico mostra coortes de novos usuários que baixaram o app em um dia específico e sua taxa de retorno nos 10 dias seguintes.
Também pode ser apresentado como um gráfico de retenção de clientes ou curva de retenção.

A análise de coortes revela quedas significativas na retenção, ajudando os profissionais a definir o momento ideal para engajar novos usuários e focar esforços em melhorar a fidelização.

Perguntas que Você Deve Responder Durante uma Análise de Retenção

1. Com que frequência os novos usuários retornam?

As coortes de retenção mostram as taxas de retorno e o comportamento dos usuários ao longo de seu ciclo de vida, permitindo campanhas de onboarding mais direcionadas, que melhoram a experiência e aumentam as conversões.

2. Onde os usuários estão desistindo?

A análise de funil (funnel analysis) permite visualizar as interações dos usuários, destacando as principais atividades que impulsionam a retenção e os pontos de abandono dentro da jornada.
Esses insights ajudam a refinar as jornadas do usuário e a melhorar as estratégias de engajamento, eliminando gargalos que reduzem a experiência.

3. Quais ações estão correlacionadas com maior retenção ou churn?

A análise de fluxos (flow analytics) revela o comportamento dos usuários antes e depois de eventos específicos no app, identificando ações associadas ao churn.
Com esses dados, é possível reengajar usuários em risco e otimizar a experiência geral, incentivando o uso contínuo do produto.

4. Quais usuários estão em risco de churn?

A análise RFM (Recência, Frequência e Valor Monetário) segmenta usuários com base na frequência e na recência do engajamento, ajudando a identificar clientes fiéis e usuários inativos.
Ela também revela quais canais são mais eficazes para reengajar esses públicos, reduzindo o risco de desinstalações e abandono definitivo.

Da Análise à Ação

Uma análise de retenção eficaz é essencial para garantir crescimento sustentável de aplicativos e sucesso a longo prazo.
Ao definir métricas claras, compreender o comportamento dos usuários por meio da análise de coortes e utilizar ferramentas avançadas de analytics, é possível identificar padrões que levam tanto à retenção quanto ao churn.

O segredo está em não apenas coletar dados, mas agir com base nos insights obtidos, aplicando estratégias de engajamento personalizadas e intervenções oportunas.

A análise de retenção é um processo contínuo, não um esforço pontual.
Suas estratégias de retenção devem evoluir à medida que o comportamento dos usuários muda e as condições de mercado se transformam.

Comece com um monitoramento básico de retenção e, gradualmente, avance para análises mais sofisticadas, conforme acumula mais dados e conhecimento sobre sua base de usuários.

Pronto para assumir o controle da retenção do seu app?

Posted on November 17, 2025

Author

Tåmires Souza LinkedIn

Tamires, escritora do blog da CleverTap, tem experiência em publicidade e jornalismo. Especialista em marketing, cria conteúdos acessíveis e engaja leitores com inovações e tendências.

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